Mariana, de 16 anos, passa horas e horas deitada no seu quarto; luzes apagadas, incenso queimando e músicas tristes dominam o ambiente.
Este poderia ser um simples comportamento desta "fase adolescente", mas se observarmos mais atentamente percebemos que o seu comportamento é frequente, ela não aceita os poucos convites para sair com os amigos, está a obter notas muito baixas na escola, tem brigas constantes com todos os membros de sua família e dificuldade em dormir.
Ela mesma não consegue entender o que se passa com ela e pergunta-se: "Será que isto é só uma fase?" "Eu sinto-me doente mas não sei o que fazer nem com quem falar".
Os seus pais recriminam o seu comportamento e fazem comentários que em nada ajudam, muito pelo contrário, abalam ainda mais a sua auto-estima: "Sai desse quarto menina e vai respirar ar puro!"; "Com a tua idade eu já trabalhava e tu não fazes nada e ainda és medíocre na escola"; "Tu não gostas de nada nem de ninguém. Nem sei a quem saíste!"; "Tu estás muito melancólica e infeliz, levanta esse ânimo, tu nem tens idade para ficar triste".”